Alguns poucos kilômetros foram suficientes para encontrarmos belas paisagens e detalhes surpreendentes no interior de Venâncio Aires, na região central do Rio Grande do Sul. Cascatas onde foram filmadas cenas de um famoso filme, campos ondulados com montanhas ao fundo, singelas casas antigas de propriedades rurais, além é claro de belas igrejinhas com charmosas linhas arquitetônicas…
Ao norte da zona urbana desta cidade de colonização germânica, nosso roteiro começou com uma pequena cascatainha chamada Grão Pará. Perto da estrada não custava parar, para se encantar com o ambiente gramado embaixo das árvores, a fazer companhia à piscina natural e ao córrego com pedras…
Mas algumas paisagens mais adiante, onde características construções de tijolos com chaminés destinados à secagem de fumo, típicos da região, aparecem seguidamente, chegamos à Cascata do Chuveirão. Este presente da natureza é mais um exemplo de lugar com estrutura para se passar momentos agradáveis, sendo possível inclusive tomar um banho, ao menos quando uma abertura no meio de uma pedra é fechada para formar o lago… E quem tomou um banho neste lugar, com um toque de ousadia, foi um casal de personagens do emblemático filme A Paixão de Jacobina. Na ardente cena de amor, a protagonista que dá nome ao filme se relaciona com um amante que teria na versão para o cinema do livro Videiras de Cristal. A história se baseia no marcante e trágico, mas real, episódio dos Mucker ocorrido em Sapiranga no século XIX, e que recentemente comentamos por aqui…
E a surpresa ficou por conta do que encontramos, quando observamos com atenção, alguns detalhes da singela igreja católica de Linha Harmonia da Costa. Com janelas abertas, podemos ver seu interior bem cuidado, onde o sol da tarde entrava depois de passar por coloridos vitrais de formas geométricas simples. A paisagem do entorno, com campos verdejantes, e belas lápides de um cemitério antigo, completam o cenário que poderia faze parte de outros filmes…
E foi em Linha Brasil, não muito longe dali, que fechamos o dia em alto estilo, com as luzes de um iniciante crepúsculo iluminando a Igreja Santa Catarina. Com pintura nova e acompanhada até mesmo com uma academia ao ar livre, a construção se impõe no meio rural. Afinal não é somente mais uma capelinha no meio do campo e sim uma estrutura com alta torre, estilo neogótico, e com elementos parecidos com a matriz católica da cidade que mostramos recentemente por aqui. Não se sabe, porém se o arquiteto foi o mesmo, pois a desta localidade foi construída em 1948, quando Simon Gramlich já trabalhava havia alguns anos no vizinho estado de Santa Catarina…
Antes de traçar rumos pelo interior, pesquisamos os recantos por onde passamos baseados em relatos e imagens de quem já andou por eles. Mas quase sempre existe algo a mais que notamos e que nos preenche. E estes detalhes e surpresas do caminho são muito mais do que a cereja de um saboroso bolo. São singelos pedaços de intensa vida, que nos inundam de inspiração e agradáveis sentimentos…
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