
O Centro Histórico Cultural desta importante instituição de saúde de Porto Alegre, conta uma saga que marcou profundamente a capital gaúcha. Com visão e estrutura moderna o museu deste centro, faz um mergulho profundo no passado deste lugar e seus inúmeros desafios enfrentados desde 1803, quando foi autorizada pelo governo de Portugal (pois estas terras a eles pertenciam), a ser implantada. E a solicitação para esta empreitada partiu do Irmão Joaquim Francisco do Livramento, um catarinense de Desterro (atual Florianópolis), que viajou as próprias custas um ano antes, sendo recebido no Palácio de Queluz em Lisboa. Inaugurada somente em 1826, teve já nas primeiras décadas o enfrentamento da terrível epidemia de cólera em 1855, que vitimou nada menos do que um em cada 10 habitantes da cidade. Ao menos nos números oficiais… Mas além dos cuidados de saúde de todos, principalmente aos mais necessitados, também acolhia os recém nascidos que desamparadas e desesperadas mães, deixavam na roda dos expostos. Seguindo modelo já utilizado em outros países, este instrumento passou a funcionar a partir de 1837 e era constituído de um cilindro de madeira localizado em uma das paredes viradas para a rua. A mãe colocava o nenê dentro deste cilindro na abertura volta para a calçada, para depois girar a roda e fazer com que a pobre alma fosse acolhida por uma religiosa de plantão do outro lado da parede. A criança então era criada pela instituição até a fase adulta. Esta cena clássica é reproduzida em uma cena que inclui manequins, levando o visitante a compreender e de certa forma sentir este dramático momento. Outras cenas, como o atendimento médico e a manipulação de medicamentos na botica (ou farmácia como chamamos hoje) também com manequins, além de antigos objetos utilizados por médicos e demais profissionais da saúde, ajudam a enriquecer e contar esta longa trajetória a serviço do bem estar da comunidade. Algo eternamente desafiador, até os dias de hoje…


