
Na serra gaúcha onde a imigração italiana predomina, três importantes prédios de Farroupilha estão em diferentes etapas de preservação. Na zona rural, a Estação de Trem de Nova Sardenha (que teria ganhado o nome de Caruará durante a guerra) está atualmente em ruínas. Há notícias de que uma associação está tentando o seu tombamento e a recuperação do local, algo que torcemos para que ocorra, pois poderia ser mais um local aprazível, para reviver a época de ouro do transporte ferroviário ao longo do século passado. E o exemplo a ser seguido pode vir da estação seguinte da linha que ligava Porto Alegre à Caxias do Sul, e que fica no centro da cidade. Reformada mais uma vez, a Estação Nova Vicenza está sendo inaugurada em 11 de dezembro de 2020 para servir como memorial, incluindo um bistrô, aos cuidados do CDL do município. O nome da cidade, antes de fazer uma homenagem a revolução que completaria seu centenário em 1935, era Nova Vicenza, com o núcleo inicial estando onde hoje é um bairro da cidade. Mas com a instalação da estrada de ferro, este centro acabou se deslocando para perto da estação. E bem próximo de onde passava o trem, se ergueu ao longo dos anos 1930, um moinho construído por Antônio Covolan, filho de um imigrante italiano que se estabelecera em Caxias do Sul em 1876. O empreendimento que iniciou em um prédio de madeira, ganhou fôlego com a construção em alvenaria ainda existente. Nesta mesma época se trouxe um motor a gasogênio de Montengro desmontado, devido ao seu peso que inviabilizava subir a serra em estradas precárias… A energia deste motor gerou durante um extenso período, energia elétrica para os equipamentos mas também para o hospital da cidade. A moagem principalmente de trigo, seguiu até meado dos anos 1980 quando a empresa encerrou as atividades. A reabertura se deu por iniciativa de alguns herdeiros que transformaram o lugar em espaço de lazer e arte, mesmo que haja também a intenção de venda por parte de outros membros da família. Para a sua manutenção, no entanto, é preciso que se aperfeiçoem as estruturas, e para isso há movimentos no sentido de tombá-lo para preservá-lo. Nós que valorizamos sempre o nosso patrimônio histórico, entendemos que se pode equacionar a preservação com o desenvolvimento sócio-econômico da cidade e da região. E desejamos que ocorra um bom acordo que beneficie ao menos de alguma forma, a todos os diretamente envolvidos…

