Que olha distante para o céu, para a lua. Mas principalmente para o verde do pampa sem fim. E esta expressão única foi fielmente detalhada na Estátua do Laçador, que recebe os visitantes que chegam à Porto Alegre de carro, ônibus, trem e até de avião, pois o aeroporto é ao lado… Esculpida por um pelotense de nome Antônio Caringi na década de 50, utilizou como modelo uma figura muito especial que nos deixou ontem. Ninguém foi tão representativo desta figura quase mitológica quanto João Carlos D´Ávila Paixão Cortes. Em seus 91 anos de vida ele foi muito mais do que um homem que virou escultura no frescor da juventude. Junto com um grupo de outros ousados jovens, iniciou um movimento para resgatar e valorizar esta figura e sua cultura. Em um corajoso enfrentamento ao crescimento do urbanismo e da imagem do cowboy norte americano nos anos 40. Era uma tentativa de volta às raízes regionais frente aos efeitos de uma então incipiente globalização. E como consequência desta iniciativa, surgiu o Movimento Tradicionalista Gaúcho, as músicas e danças intensamente cultuadas e mais recentemente os vibrantes festejos da Semana Farroupilha. Todo este ambiente que simbolizou e caracterizou o Rio Grande do Sul, teve a participação e mesmo a liderança do velho Paixão Cortes. Muito mais que um símbolo eternizado no monumento, ele passa a ser um embaixador neste imenso universo, de uma nação que ama o seu chão. Com certeza, o patrão velho lá de cima já mandou preparar um baita churrasco, e vai receber este honrado filho com um bom chimarrão!