
Era uma alternativa em outros tempos para sair da capital gaúcha e se chegar ao mar. De barco por lagos, rios e lagoas… E não era só para veranear. E não era só pela água. O caminho de muitas mercadorias e gentes ao sair de Porto Alegre em princípios do século XX, era o Lago Guaíba. Mas para chegar ao litoral e daí seguir para Santa Catarina, se tomava o rumo da Laguna dos Patos até Palmares do Sul. Quando então se mudava o meio de transporte e os trilhos eram o caminho… Isso mesmo, havia uma ferrovia que ligava esta cidade nas proximidades da Lagoa do Casamento (totalmente ligada à Laguna dos Patos) até a então Conceição do Arroio, atual Osório. A antiga estação de trem segue ainda lá com direito a museu e réplica de Vila Açoriana em volta, para provar. Mas a trajetória dos viajantes seguia novamente pela água a partir da Lagoa do Marcelino, onde em suas margens repousa hoje o Memorial das Águas. Ali, um conjunto de antigas imagens, mostra o ambiente que cercava aquele lugar onde ficava o porto da cidade. Esta lagoa, se liga à do Peixoto por um canal, assim como esta, se liga ao conjunto Pinguela-Palmital-Malvas, que se ligam à dos Quadros, que se liga à Itapeva já perto de Torres. E era por este cordão lagunar que iam e vinham mercadorias, gentes e sonhos. Mas a estrada e seus veículos chegaram com sua segurança e rapidez. Ao menos no começo. E a navegação ficou de lado, e os trilhos foram retirados. Para não mais voltar. Mas estes pedaços de água doce e suas belas paisagens na encosta da serra do mar, seguem lá. Na espera de serem novamente apreciadas, valorizadas e usadas…





