O fim de tarde no Guaíba e outros finais…

Porque as águas que banham a orla de Porto Alegre, proporcionam muitos finas de dias, um espetáculo indescritível. Os tons que enriquecem o céu no ocaso do sol, fornecem uma multicolorida pintura diária. Para o deleite dos caçadores de belas imagens… E a luz emitida pelo astro rei nesta hora, acaba por emprestar outros tons aos prédios e construções erguidas em diferentes épocas e que preenchem os espaços da cidade. Algumas delas já tiveram o seu final, outras tiveram o fim apenas de um uso, para depois reiniciar com outro, como foi o caso da Usina do Gasômetro, bem na ponta do centro histórico. Pois em um dia de 1974, ela terminou de produzir energia elétrica a partir da queima do carvão. Mas reabriu em 1991, para abrigar a energia da cultura em forma de salas de teatro, cinemas e espaços para exposições e reuniões. Um lugar que ainda mostraremos mais, principalmente depois que for concluída a sua nova reforma. Assim como o Cais Mauá, onde esbeltos guindastes e antigos armazéns, já finalizaram sua jornada de movimentação de parte da economia gaúcha, para curtir sua aposentadoria. Ao menos nesta tarefa, pois afinal a vida segue e estas estruturas estão aguardando o seu recomeço, com outras missões. A revitalização do lugar anda com as dificuldades que vem de desentendimentos, que tentam ser mediados pela justiça, mas o final feliz ainda vai chegar. Como chegou para um grupo de corajosos, lá do outro lado. Que acreditavam que o novo império verde e amarelo, não podia mais ser injusto com os impostos da província. E se lançou em um outro setembro, nas águas deste mesmo Guaíba para tentar mudar o poder na leal e valorosa capital, em um movimento que seria o precursor da liberdade. O novo país começou nos meses seguintes, mas teve se fim nove anos depois, com a paz selando a até hoje exaltada Revolução Farroupilha. Em um a história que teve seu final. Mas cuja memória e os valores de Igualdade, Liberdade e Humanidade, propagados e gravados na bandeira deste incrível pedaço de mundo, talvez nunca tenham fim…