
É no dia 2 de fevereiro que ocorre na capital gaúcha, uma grande celebração em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, que este ano será diferente. E a história desta devoção, começa em 1869 com a chegada de uma imagem desta santa, de Portugal. Sua casa no início foi a Igreja Nosso Senhor do Bom Fim, em frente a Redenção, para depois se estabelecer na Igreja do Rosário após passagem pela igreja do Menino Deus. Em 1875 porém, foi estabelecida a Paróquia em homenagem a ela no final do Caminho Novo, onde hoje é a hoje a Avenida Voluntários da Pátria que liga o Centro Histórico à zona norte de Porto Alegre. A partir daí foi realizado um acordo entre as comunidades que resultou na primeira procissão pelas águas do Lago Guaíba, que parte da Igreja do Rosário até a Igreja dos Navegantes. Mas a primeira capela que ocupou o lugar de chegada da santa, foi vítima de um incêndio em 1896 e outro em 1910, sendo que este segundo destruiu inclusive esta imagem original. Uma réplica da estátua foi feita, e em 1913 foi inaugurado o novo templo que existe até hoje. A procissão, também sofreu alterações ao longo dos anos. Em 1989 devido ao trágico acidente com o barco Bateau Mouche no Rio de Janeiro na noite do ano novo, ela deixou de ser realizada pelas águas com embarcações enfeitadas e lotadas, para percorrer as ruas da cidade, com o lento caminhar dos fiéis… Em 2000 foi liberado a volta da procissão fluvial, mas a santa seguiu por terra, sempre sendo recebida com muito entusiasmo e emoção na sua sede principal. E nestes tempos de pandemia uma nova mudança teve que ser providenciada, com a adoção de uma carreata que desfilará pelo asfalto, para respeitar o distanciamento controlado. Em uma demonstração de superação dos navegantes que trilham os caminhos da vida de várias formas, seja por água, terra ou rodas como na procissão deste ano. Ou mesmo através da busca do conhecimento e da ciência, para trazer as soluções para os desafios que a natureza nos tem proporcionado…
