
Depois de completar um dos caminhos que sobem a serra, principalmente quem vem da capital gaúcha, o viajante é recebido com a amplitude da paisagem dos campos de cima da serra. Pois foi ali nesta beirada que surgiu no século XVIII um povoado, por iniciativa do então proprietário destas terras de nome Pedro da Silva Chaves. E como devoto de São Francisco de Paula, mandou construir uma capela para reverenciar o peregrino italiano que viveu no século XV propagando uma vida de extrema modéstia. A figura do santo, aliás está estampada no principal vitral da atual matriz em companhia de outros de igual beleza, que se destacam no interior do templo erguido em 1964 em substituição à um mais antigo. Bem perto dali uma antiga casa de arquitetura lusitana que também merece um olhar mais atento, recebe a sede da prefeitura na Avenida Júlio de Castilhos, principal da cidade. E é percorrendo o canteiro central desta via, que no outono é preenchida com as cores intensas de plátanos e liquidâmbars enfileiradas ao longo do passeio, que se pode conhecer um pouco mais da história da região. Monumentos como a Cuia (sempre usada para o tradicional chimarrão), o Negrinho do Pastoreio, o Carreteiro e o Tropeiro caracterizam a cidade como síntese do gaúcho serrano com suas sutis diferenças da figura do Pampa… Afinal não dá para falar do lugar que era habitada por índios Caaguás da tribo dos Coroados, sem citar a figura dos que conduziam a tropa dos campos do sul para o planalto e os que traziam em suas carretas puxada a juntas de boi, mantimentos de outras terras. Mas não são somente estas figuras que por ali traçavam rotas as homenageadas com monumentos. A figura lendária do menino escravo que perdeu o gado e foi castigado por seu patrão, também se faz presente. A expressão de seu sofrimento evidencia a punição de ser chicoteado e amarrado em uma árvore junto a um formigueiro onde teve seu fim… Muitos até os dias de hoje lhe prestam devoção quando querem encontrar algo, pois dizem que quando seu severo dono voltou ao local do castigo encontrou o jovem vivo e saudável ao lado da Nossa Senhora, antes de sair montado a cavalo pelos campos… Lendas e histórias como estas podem ser encontradas na belíssima Livraria Miragem também na mesma rua. Embora nossas palavras possam parecer mera propaganda do lugar, não dá para deixar de reverenciar uma verdadeira atração turística de São Chico. Idealizada pela professora de História aposentada Luciana Soares, possui ambientes que remetem a cultura de todo um estado… Seja da federação brasileira, ou de espírito… Os ambientes variados possuem muito mais do que livros, e são completados com detalhes que transportam o viajante a um mundo distinto da singeleza dos campos que o cercam. Fazendo parte deste conjunto está ainda o prédio que pertenceu ao Banco Nacional de Comércio instalado em 1918, com seu interior preenchido com mais imagens e objetos que tem muito a dizer sobre esta comunidade incrível. Uma comunidade que é resultado do encontro de etnias. De gaúchos descendentes de portugueses de campos altos e baixos, de índios e de escravos, e porque não de imigrantes alemães e italianos que chegaram perto dali. Afinal, em sua história, São Chico que pertencia a Santo Antônio da Patrulha, chegou a fazer parte de Taquara colonizada em parte por germânicos, antes de se emancipar. E depois acabou perdendo alguns distritos para a Caxias do Sul dos italianos… Mas o que São Chico nunca perderá é sua magnífica história e seu patrimônio material e imaterial. Que junto com as paisagens únicas e exuberantes, fazem deste pedaço do Rio Grande do Sul um lugar especial…
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Lindo lugar!
Preciso conhecer.
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