
Para conhecer um pouco mais das histórias de uma comunidade, a pesquisa em um arquivo histórico é sempre interessante, além de reservar belas surpresas. E uma cidade relevante com dois séculos destas histórias, como é Rio Pardo, sempre tem muito a no contar. Seja sobre a trajetória de sua urbanidade, ou mesmo sobre os marcantes construtores desta sociedade.
Estivemos no arquivo histórico de Rio Pardo atrás de informações sobre o Forte Jesus Maria José, e mesmo com as dificuldades de se saber um pouco mais de uma construção erguida em 1751, se descobriu mais sobre outras estruturas. Isto graças a iniciativa dos próprios responsáveis pela guarda destes documentos, em pesquisar e divulgar interessantes descobertas. Uma delas é a forma como foi construído o primeiro porto ao cais da cidade que ficava no Rio Jacuí. Alguns documentos, muitas vezes manuscritos, ajudaram a desvendar que a construção data de 1846, e foi erguida com pedras retiradas dos chamados quartéis velhos. Há dúvidas sobre este significado, mas ao que tudo indica, seria resquícios do antigo forte que em meados do século XIX, já era menos utilizado que nos tempos em que o Jacuí era fronteira entre espanhóis e portugueses…


Mas também foi interessante nesta visita, em que a conversa se enveredou para outros assuntos, a agradável descoberta de mais relíquias. Como exemplares de jornais com mais de 100 anos, impressos em tecidos. Divulgador de notícias, e de ideais do grupo político que era responsável por sua elaboração, possuía quase sempre artigos de militantes ferrenhos destas ideias. E os debates se sucediam nas páginas dos diferentes periódicos, onde havia espaço inclusive para mulheres a frente do seu tempo, que se expunham para propor uma sociedade melhor.
Um dos principais exemplos desta tenacidade feminina foi o de Ana Aurora do Amaral Ribeiro que inclusive perdeu o cargo de professora, por sua militância e influência. Principalmente durante o sangrento conflito político que literalmente decepou muitas cabeças gaúchas, entre 1893 e 1895… Mesmo perseguida, esta valente professora não deixou a educação de lado, criando com suas irmãs, uma escola particular. Onde filhos de ex-escravisados, estudavam ao lado de filhos das famílias mais abastadas da cidade…
Pessoas e histórias como estas, sempre nos enriquecem, não só pelo fato de se saber sobre elas. Mas também por compreender um pouco mais do que já fomos como sociedade. O que faz com que esse conjunto de informações guarnecidas nesses interessantes e relevantes espaços, contribuam para nossa formação na construção de um futuro melhor…

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