
Uma coleção de mausoléus, estátuas, monumentos e muita história, é o que se pode apreciar quem percorre o emblemático Cemitério da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Um dos primeiros a se estabelecer na cidade, ele foi um dos principais da capital gaúcha durante anos, recebendo alguns dos personagens mais marcantes do Rio Grande do Sul. Ele é repleto também de belas representações do que se pode classificar como arte cemiterial, em uma homenagem ao importante, e quase sempre triste, momento da morte.
E o rito de passagem muitas vezes é homenageado com estátuas que representam as dores da perda. Como é o caso de uma sequência de lápides, onde se destaca a representação da figura das pranteadoras, ou seja, mulheres que choram… Confeccionadas em sua maioria em mármore, possuem expressões de profundo lamento, mas também de serenidade e aceitação. Afinal, mesmo que por vezes seja uma trágica surpresa, o termina da vida é uma de nossas certezas…






Ao lado de jazigos e pequenas construções chamadas de mausoléus, que englobam famílias inteiras, há também monumentos que identificam a obra daquele que ali tem o sono eterno… Como é o caso da homenagem ao prefeito Otávio Rocha, onde um relevo mostra uma cidade bela e moderna nos padrões do século XX, que faz companhia ao um mapa de Porto Alegre, e uma figura feminina representando a cidade…


Figuras masculinas também estão presentes, para eternizar através de uma estátua por exemplo, o popular cantor do século XX, Teixerinha, junto com seu violão… Bem perto dele, estão duas tipologias de homens que dizem muito da nossa história. No monumento ao General Daltro estão as estátuas de um militar e de um gaúcho do Pampa. Nada mais representativo de homens que de certa forma moldaram um território, sendo ao mesmo tempo, estas duas figuras…

E até mesmo animais foram utilizados para representar pessoas importantes da história, como o leão apunhalado pelas costas, da mesma forma que o foi Plácido de Castro no distante estado do Acre. Este gaúcho de São Gabriel chegou a ser inclusive presidente de um país independente que vigorou por curto período neste território já disputado por Brasil e Bolívia. A figura da justiça sem a venda nos olhos, e com a balança pendendo para um dos lados, completa o monumento e parece querer nos dizer algo…


Como também parece saltar aos nossos olhos, a quantidade de simbolismos presentes no túmulo do Senador Pinheiro Machado. Ele tem uma estátua sua deitada e coberto pela bandeira brasileira, que é segurada pela figura da república, e é beijada por uma das crianças, que ali simbolizam o futuro. A lhes fazer companhia, mais uma figura feminina com uma pena na mão, a escrever e registrar a história…



Mas nada mais emblemático do que o lugar onde está enterrado Júlio de Castilhos. Este líder positivista e governador do estado por anos até sua morte em 1903, foi quem criou sozinho a primeira constituição estadual da jovem república brasileira em 1891. Na sua lápide se destaca além da poderosa águia lá no alto, a célebre frase “Os vivos são sempre e cada vez mais governado pelos mortos”. No que talvez seja uma pretensão de querer seguir influenciando os destinos de sua comunidade, mesmo depois de sua passagem…


Um lugar repleto de simbolismos como este também é feito de outros personagens, de que sequer sabe-se o nome. Pois em outro espaço do cemitério, há um grande gramado conde estão apenas o número a marcar que ali existe uma alma…. São escravizados e indigentes de outros tempos, onde a cidadania não existia para todos, e a igualdade de direitos e oportunidades era um sonho distante para a maioria…

Visitar um lugar como este é perceber as nuances da sociedade de tempos passados, e os legados por ela deixados. Constatando-se muitas vezes que, apesar de o fim chegar para todos, o destino final nem sempre é o mesmo…


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