Dispensa maiores apresentações, a vida e obra do que é considerado talvez o mais importante escritor gaúcho, o mestre Érico Veríssimo. E no coração de Porto Alegre, é possível conhecer um pouco desse verdadeiro marco da nossa cultura, em antigo prédio que também abrigou companhias de eletricidade…
Já falamos em outro conteúdo que em 1928 se ergueu um prédio que serviria como ampliação do “Club dos Caçadores”, famoso cabaré da cidade. Mas que acabou por ser utilizado como sede da Força e Luz, como está escrito em sua fachada até os dias atuais… E uma das exposições permanentes que estão ali, faz jus a este segmento econômico, com sua relevante história….
Mas em dois outros amplos ambientes, é que se pode mergulhar no mundo de Érico. Em um deles, um pouco mais moderno, é possível passear por suas obras, vendo manuscritos originais e exemplares traduzidos para várias línguas. Além de mostras originais de suas obras, incluindo os infantis “As Aventuras do Avião Vermelho” e o “Urso com Música na Barriga”. É claro que há destaque também para seus primeiros romances de sucesso escritos nos anos 1930, como “Clarissa” e “Olhai os Lírios do Campo”, além de reportagens sobre ele em revistas antigas…
É dado destaque também, para sua grande e marcante trilogia “O Tempo e o Vento”. Dividida em “O Continente”, “O Retrato” e “O Arquipélago”, a saga da família Terra Cambará, se confunde com a história do próprio Rio Grande do Sul, entre 1745 e 1950. Em uma verdadeira obra-prima da literatura brasileira, mas com um alcance universal… Também é possível apreciar ali, painéis com imagens e projeções de vídeo, que fazem referências as produções realizadas para a televisão nos anos 1980, e para o cinema nos anos 2010.
Com uma estrutura moderna em ambos os ambientes que por vezes se somam, por vezes são redundantes, se pode ainda apreciar raras imagens do escritor que faleceu vítima de ataque cardíaco em 1975, poucos dias antes de completar 70 anos. Histórias interpretadas por ele para seus netos, e entrevista em que diz que gostava de conhecer cidades e nações, inspirado no avô tropeiro, estão nestes trechos de reportagens e documentários. Em um verdadeiro testemunho de alguém que enche de orgulho muitos dos gaúchos…
Além de usar sua ampla criatividade para escrever, gostava também de desenhar, e de elaborar mapas de suas cidades fictícias como a Santa Fé do “O tempo e o vento”, ou a Antares de “Incidente em Antares”, um de seus últimos livros de cunho mais político. Uma reprodução deste mapa de Antares inclusive, centraliza um destes ambientes, permitindo-se imaginar com mais clareza as cenas que constroem a história… E não dá para esquecer que Santa Fé, foi literalmente construída (baseada no mapa dele) como cidade cenográfica para a produção mais recente do cinema, em Bagé. Em um lugar que ainda mostraremos… Assim como também devemos pra ti, um outro espaço importantíssimo transformado em museu, que é a casa onde morou na infância, em sua cidade natal, Cruz Alta. Aproveitamos para lembrar que Santo Amaro do Sul também recebeu filmagens de “Um certo Capitão Rodrigo” (uma parta destacada de “O tempo e o vento”), filmada nos anos 1970. Mas esse, já trouxemos por aqui…
Falar de Érico Veríssimo, e principalmente de seus romances que se relacionam com história gaúcha, é algo que ainda merece muito mais da nossa atenção. Os ambientes em que se passam suas sagas, ou mesmo locais escolhidos para versões audiovisuais delas, também podem e devem ser valorizados. Faremos isto, pois mergulhar neste obras de ficção é muito mais do que viajar em belas histórias, é entrar em mundos que dizem respeito a nós, e a nossa formação como gaúchos…
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