Largo dos Açorianos e região – Sua ponte e suas histórias…

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Ali ao lado do Centro Histórico de Porto Alegre, tem muito mais do que uma antiga Ponte de Pedra sobre um pequeno lago, ou açude, ou espelho d’água. Há homenagens e referências a povos que de certa forma fizeram a capital gaúcha, vindos principalmente de Portugal e da África…

Mas o que centraliza mesmo a região é a recentemente revitalizada, Ponte de Pedra e sua situação peculiar. Afinal, uma estrutura erguida em 1848 segue ali, mesmo que o rio não passe mais por debaixo dela. Em tempos anteriores à canalização do Arroio Dilúvio e abertura da Avenida Ipiranga, era ali que suas águas dividiam o núcleo inicial da cidade da região mais ao sul. E ainda por cima, também de forma diferente do que é hoje, as águas do Guaíba chegavam bem perto do largo, em área aterrada e preenchida com prédios altos…

E no ponto onde podem ter aportado os imigrantes açorianos que aqui chegaram em 1752, foi erguido em 1974 no aniversário da cidade, um monumento em homenagem a estes casais portugueses que deixaram suas ilhas para uma vida nova na América. O formato do monumento fazendo referência a um barco, não podia ser mais emblemática.

Mas há mais neste entorno. O prédio do outro lado da avenida Borges de Medeiros onde desde as primeiras décadas do Século XX, fica a sede do Instituto Pão dos Pobres dedicado ao acolhimento de população carente, foi um dia a chácara do português João Baptista da Silva Pereira. O muro da residência do século XIX inclusive segue ali em frente… Este português casou-se com Maria Emília de Menezes e ganhou um ano antes de morrer, o título de Barão do Gravataí. Aos fundos de suas terras, entre o arroio e o Guaíba, ficava um mato preferido dos escravos que fugiam de alguns castigos de seus severos donos, tentando sobreviver comendo frutas nativas do local…

Durante muitos anos as terras deste português que prosperou construindo barcos, se situavam no que ficou conhecido como Arraial da Baronesa em referência a matriarca, mas muitos acabaram por nomear a região de Areal da Baronesa. Talvez por esta ser uma região arenosa de muito fácil alagamento, que acabou atraindo pessoas de menor poder aquisitivo, incluindo-se escravos alforriados depois de sua libertação a partir dos anos 1880.

Com o passar dos anos, porém mais moradores foram chegando incluindo-se policiais do quartel que ali se instalou, e outras pessoas com mais posses, principalmente depois da retificação do arroio dilúvio. A comunidade de descendentes de africanos, no entanto permaneceu forte por ali resultando na formação do que se conhece hoje por um dos únicos quilombos urbanos do Brasil. A Avenida Luiz Guaranha, que na realidade é uma pequena via sem saída a partir da Rua Baronesa de Gravataí quase esquina com a Barão de Gravataí, marca por meio de características construções antigas esta trajetória histórica. Igualmente o Pão dos Pobres é uma referência por ali principalmente por suas igrejas. Tanto a antiga na sede do instituto como a nova erguida nos anos 1950, que ajudaram a moldar o que hoje é uma parte do bairro Cidade Baixa. E recentemente, mais precisamente neste janeiro de 2022, uma pintura gigantesca passou a marcar a fachada lateral do prédio do DAER em frente à igreja, com esta lado “olhando” para a Ponte de Pedra. A obra de arte monumental marca uma espécie de resistência de um povo, ao retratar uma mulher negra amparando uma planta conhecida por quebra-tudo, largamente utilizada em celebrações de religiões de matriz africana. Uma maneira de evidenciar a presença e a importância dos que vieram do continente africano na construção da cidade e do país. Que mesmo que de forma escravizada ajudaram, junto com açorianos e outras gentes, a erguer esta cidade que completa neste março, 250 anos de uma trajetória complexa, mas rica em experiências e vivências….

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