Santo Antônio da Patrulha – A fé, a fonte e o casario açoriano.

Homenagear uma cidade com nome de santo é um ato de fé. E foi isso que os imigrantes açorianos que ali estavam, fizeram quando foi criado Santo Antônio da Patrulha no litoral norte gaúcho, com um dos quatro primeiros municípios do Rio Grande do sul em 1809.

Mas a história da comunidade começa muito antes em 1734, quando se estabelece o casal de pioneiros par montar uma guarda ou patrulha, que visava cobrar impostos dos tropeiros que traziam o gado dos campos do sul, para o centro do Brasil.  A abertura oficial do caminho dois anos depois, atraiu famílias de imigrantes das Ilhas dos Açores que começavam a chegar a partir da segunda metade do século XVIII. Foi pela presença deles inclusive, que uma capela em homenagem ao santo foi concluída em 1760.

Com a chegada destas famílias começam também a ser erguidas as primeiras casas que ainda estão no centro histórico da cidade, hoje ocupadas por atividades profissionais, comerciais e gastronômicas. No meio deste tesouro arquitetônico, se pode também pegar um caminho transversal que passa por uma área verde no meio da cidade, chamado Caminhos da Fé. Uma passagem por entre imagens de santos (que ainda não foram colocadas em fevereiro de 2022) que conduz a rua onde está a atual igreja matriz da cidade. Construída já no século XX, ela tem como destaque uma imponente imagem de madeira de Santo Antônio, centralizando seu altar. E a fé não para por aí, e um oratório no alto de uma elevação no fim da rua, também permite momentos de oração além de possibilitar uma ampla vista da cidade…

Mas além das casas e dos Caminhos da Fé, há ainda a poucos metros da rua onde se concentram as casas antigas, uma antiga fonte de água com uma bela praça no seu entorno. A obra é fruto da necessidade, percebida por Dom Pedro I na sua passagem por ali em 1826, de se estruturar o abastecimento de água para a população. Os recursos foram então liberados e a fonte foi construída, constando próxima a saída da água, a data de sua inauguração em 1847… Totalmente revitalizada recentemente ela é um testemunho de uma época quando moradores e tropeiros que por ali passavam, usavam o local para matar sua sede. Alguns deles acabaram por se encantar com a região, ou com alguma moça com quem acabavam por contrair casamento e constituir família. O que talvez tenha sido a causa do surgimento da crença que diz que todos que tomam da água, acabam se casando com alguém do lugar…

Um lugar repleto de histórias, crenças e patrimônio, que ainda tem muito a mostrar e contar, e vem investindo em melhores estruturas para que se possa entender uma cultura histórica muito forte, presente em toda esta bela região…

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