
Um dos principais ícones ou mesmo símbolos da capital gaúcha, o Mercado Público é um verdadeiro ponto de encontro da comunidade, e possui uma longa trajetória. Que começa antes mesmo da sua construção… A partir do século XIX vários mercados começavam a se espalhara pela cidade que crescia, e ideia de se criar um mais central para o comércio de carnes ganhou vida em 1844, no lugar onde hoje está a Praça XV de Novembro. Este contudo, não teve vida longa, e um novo projeto foi proposto. A construção que resistes até hoje foi inaugurada em 1869, logo ali na frente a esta mesma praça que também segue lá…

Inicialmente com um andar só, ele era o lugar para comprar a produção agrícola de toda uma região que muitas vezes vinham em barcos pelas águas do Guaíba. Águas que inclusive chegavam até bem perto de suas portas na época… Com o aumento da população e um volume cada vez maior da produção, é iniciada uma ampla reforma que acrescentaria mais um andar, além de chalés de madeira em substituição a árvores que existiam no seu interior. É aí que ocorre, durante as obras, um primeiro incêndio em 1912 resultando na substituição do material dos chalés que passaram a ser de ferro. Seus desafios, porém, não pararam e a grande enchente de 1941 fez com que a água invadisse seus espaços chegando a uma altura de pouco mais de 1 metro. As marcas deste acontecimento estão lá até hoje…



Mas foi logo depois de completar o primeiro centenário, que ele foi ameaçado de não mais existir com a proposta de derrubá-lo, para dar vazão ao trânsito crescente do começo dos anos 1970. O que não agradou amplo setores da sociedade que mesmo enfrentando tempos difíceis, se mobilizou para que se preservasse esta bela e emblemática construção… Mas outros dois incêndios em 1976 e 1979, castigaram ainda mais o prédio. E foi no fim do ano deste já terceiro embate com as chamas, que a comoção da comunidade originou o tombamento pelo patrimônio histórico.
Sua preservação e vontade de vê-lo em melhores condições levou a mais uma reforma no começo dos anos 1990, quando uma nova cobertura e outras estruturas modernas, se integraram à antiga edificação. Era um novo momento em que a valorização de históricos símbolos culturais ganhou força e corpo se espalhando por todo o país… O século atual chegou e novas provações se apresentaram a este resistente, que sofreu seu quarto incêndio no recente 2013. Em 6 de julho em tempos de grandes e marcante manifestações que mudaram os rumos da nossa história, as chamas engoliram uma parte do segundo andar, causando espanto e temor aos que assistiam ao vivo pela televisão e pela internet, o que poderia ser a sua morte…

Mas ele resistiu depois de alguns dias fechado, e segue muito vivo, mesmo que um memorial tenha se perdido e que somente neste 2022 se está finalizando as adequações da parte queimada. E a beleza de suas linhas é completada com as cores, os aromas, as gentes e as manifestações variadas que ocorrem ali. Andar perto ou mesmo entrar no seu interior é mergulhar não só na sua alma, mas na alma da cidade. Sua importância é tanta, que seguidamente se discute em toda a capital, sobretudo em períodos de eleições municipais, como devem ser realizadas as atividades que delem fazem parte, ou de como e por quem ele deve ser gerido…

Discussões acaloradas a parte, esta espécie de centro da vida de Porto Alegre, é mais um lugar marcante que merece nosso carinho e que ajuda contar a nossa longa trajetória de dois séculos e meio de existência, a serem completados neste mês de março…


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