O rosto na parede de uma cascata, o campanário no santuário e nas capelinhas do interior… Além de capitéis em meio aos parreirais, e um velho moinho encravado na paisagem serrana! Pinto Bandeira colonizada por imigrantes italianos tem, na cidade e nas estradas da zona rural, um conjunto de belezas dispostas a surpreender aqueles que as desvendam.
É preciso pedir permissão para entrar em uma propriedade particular para olhar com atenção, e perceber o porquê de uma que d´água que fica ali, acessada por breve trilha, ser chamada de Cascata da Face. Com pouca água como estava no seco verão de 2023, é possível perceber olhos, nariz e boca, com alguma dose de imaginação, ladeada por cortina de água cristalina. Antes de ela deslizar por um riacho com leito de pedra que precisa ser vencido, também em poucos passos para chegar de frente a este gigante de pedra…
Outra queda bem menos majestosa, mas igualmente bela é chamada de Cascata do Urubu, mas não conseguimos descobrir a origem de seu nome. Fica perto do Moinho Rigon, com sua peculiar arquitetura de madeira e seu antigo maquinário, que mostraremos outra vez. Nesta passagem em meio a muitos lugares que queríamos estar quase ao mesmo tempo, não conseguimos encontrar os responsáveis em casa, para nos mostrar o interior desta relíquia. Na próxima combinamos antes…
É no pequeno núcleo urbano, no entanto que o imponente santuário de Nossa Senhora do Rosário, nos captou a atenção. Com seu esguio campanário e a pintura tinindo de nova, estava aberto para que se pudesse apreciar belas pinturas, e um piso de ladrilhos hidráulicos, além de outros encantos do seu interior. A igreja ficou pronta em 1902, para somente anos depois ser consagrada com essa condição de santuário.
E foi nesse lugar que no último doze de março, aconteceu uma inédita “uvada”. Um grande evento que reuniu milhares de pessoas para apreciar a elaboração coletiva de grandes tachos de doce de uva. Dezenas de duplas aproveitaram o que sobrou da safra da fruta recém findada para preparar toneladas de geléias distribuídas na festa. O sucesso garantiu uma promessa de se repetir a dose no ano que vem…
A data deverá marcar o fim da colheita dos cachos que preencheram as belas paisagens do interior, onde ainda visitamos mais uma capelinha centenária (também com campanário) em homenagem a São Pedro. Além de ao longo da nossa jornada (que neste dia ainda foi em outros lugares da vizinha Farroupilha já mostrados aqui), termos nos deparados com os característicos capitéis. Pequenos oratórios com um santo ou uma santa, para o exercício da fé na beira da estrada…
Certamente há mais, que não conseguimos trazer aqui desta vez. Mais riachos e paisagens naturais, e charmosos monumentos a fé espalhados pelas montanhas. Mas por vezes o encantamento de cada recanto nos faz dedicar mais tempo a alguns lugares, deixando algo para apreciar em outras passagens. Onde certamente seremos presenteados com mais surpresas no caminho…
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