Na simpática comunidade de Linha Clara interior de Teutônia, a Antick Haus Bergmann (ou Antiga Casa dos Bergmann), é conduzida por Iloni Bergmann que cuida caprichosamente de um rico acervo de peças recheadas de história. Erguida em 1895, foi adquirida pela família do seu sogro nos anos 1940, para ser moradia e casa de comércio. Ao completar cem anos, no entanto, os ventos mudaram e o lugar passou a ser um museu com uma grande coleção de objetos antigos doados pela comunidade.
E o visitante pode mergulhar num mar de situações que fizeram parte dos primórdios da colonização germânica da região. No ambiente principal, logo que se passa pela porta com a data de sua construção, se depara com objetos antigos se destacando um gramofone, espécie de toca discos antigo, e armários repletos de um rico acervo. Também ali é possível presenciar documentos dos anos 1930, ainda escritos a mão e registrando o dia a dia de chegada e saída de mercadorias. Principalmente de banha de porco, considerada o ouro branco, pela grande quantidade produzida pelos colonos e pelo valor que rendia pra eles…
A produção de leite e manteiga, também era forte e no porão da casa estão mais objetos que contam um pouco desta industrialização incipiente, nos primeiros anos do século XX. Estão lá os tambos de leite, as prensas pra prensar a gordura (ou banha) dos porcos, e até mesmo uma máquina de fazer vassouras…
Mas é em um terceiro ambiente, em galpão anexo, que mais objetos nos abrem uma grande perspectiva história. Formas de sapato trazidas da Alemanha são verdadeiras relíquias que, ao servir de base para os primeiros sapatos, deram início a um relevante setor econômico gaúcho. Que até os dias de hoje tem boa parte de seu parque industrial concentrado na região de imigração germânica. Muito da energia para serrar e tornear a madeira vinha de rodas movidas com a mão humana, muitas vezes dos filhos, que transmitia então o movimento para estas ferramentas… Nem tudo, porém era trabalho e um conjunto de grandes pinos de bolão e outros menores de boliche também fizeram parte da vida de tempos passados quando o assunto era diversão…
E ainda há mais para ser explorado, pelo que contou nossa anfitriã. Cartas e livros que contam histórias dos desafios enfrentados pelos colonizadores, também se fazem presente. O que convida a voltar com mais calma, e explorar com um olhar curioso, todo este ambiente marcante da história do sul…
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