Histórias de Cotiporã que já foi Monte Vêneto

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Em parta alta da Serra Gaúcha, Cotiporã faz jus à origem indígena de seu nome que significa terra bonita, pois belezas naturais não faltam no lugar. Assim como um belo patrimônio histórico preservado e valorizado de seu núcleo urbano, que já se chamou Monte Vêneto, lembrando a região italiana de onde veio grande parte dos imigrantes da região. E é dentro e fora dos prédios que compõem a cidade, que a história é desvendada em seus vários aspectos e nuances… Sempre com artísticos detalhes…

Uma boa caminhada pela comunidade já permite entender um pouco desta trajetória, e a igreja centralizando a fé católica é importante ponto de partida. No meio da praça central, leva o nome de Nossa Senhora da Saúde, e é acompanhada de um imponente campanário e estátuas marcantes na parte superior. E a porta aberta só na lateral, foi um convite para espiar dentro e presenciar um delicado processo de restauro de suas impressionantes pinturas internas. Em rápida conversa com um auxiliar, conhecemos um pouco de como é feito este belo trabalho. Que ainda temos que comentar mais por aqui…

Mas é atrás da igreja que se depara com um prédio que já foi um cinema, com o antigo nome do lugar: Monte Veneto! Um testemunho da denominação que vigorou até nacionalização forçada durante a segunda guerra mundial, quando se proibiu falar italiano (e outras línguas estrangeiras) no Brasil. É aí que surge o nome de Cotiporã, uma referência aos nativos que já circulavam por estas matas, antes da chegada dos europeus…

Essas e muitas outras histórias podem ser mais compreendidas no Museu Pietro Breda, há poucos metros da igreja. O mergulho no passado em um bem organizado acervo mostra como sempre, o ambiente rural e urbano dos primeiros anos principalmente da imigração italiana. Não esquecendo que alemães e poloneses também vieram para esta região serrana…  No ambiente da casa vimos até mesmo um aquecedor a carvão para por embaixo da cama. Em outro ambiente a comunicação é mostrada com uma ampla variedade de objetos icônicos do século XX, incluindo telefones, máquinas fotográficas, TVs, rádios, toca discos e até o projetor do cinema da cidade… Tudo para fazer o mesmo que um pequeno smartfone, faz nestes novos tempos…

Mas não se pode deixar de comentar que a antiga casa onde fica o museu, já foi um dia uma fábrica de aguardente, e esta história, assim como de outras atividades industriais como a produção de vinhos, também é mostrada ali. Alimentos também foram produzidos com destaque na cidade, e o já extinto Frigorífico da Companhia Sulamericana, é considerado ainda hoje como o “pai” deste segmento industrial… É o seu antigo prédio, aliás, que visitamos e apreciamos a parte externa iluminada por um sol da tarde, que só por alguns minutos conseguiu sair de trás das nuvens… As árvores emoldurando a interessante arquitetura com parede de tom alaranjado com pedras embaixo, a capelinha do outro lado da rua, e a pequena praça em frente criam uma cenário inspirador…

Mais uma comunidade que segue em evolução com olhos para um futuro onde se valoriza a cultura de uma gente, e a história de seu passado de lutas e conquistas. Um lugar para andar, olhar com atenção e desvendar mais detalhes que nos escaparam, mas que certamente renderão marcantes experiências…

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