É sabido por muitos que Taquari é uma cidade antiga com um patrimônio histórico riquíssimo, e quem nos acompanha também pode perceber por meio de conteúdos recentes que publicamos. E um testemunho desta história é o jornal O Taquaryense, que desde 1887, imprime um periódico quase do mesmo modo como era feito nos primeiros anos. Um verdadeiro museu vivo da comunicação, bem na frente da praça central da cidade…

No pequeno prédio, que recebeu pintura nova em 2023 se mergulha em um passado pioneiro da indústria gráfica e da informação. Está lá o prelo, uma prensa de origem alemã onde eram impressos as folhas do jornal nos primeiros anos em que se noticiou a abolição da escravatura, e a proclamação da república… Mas este é um dos equipamentos que não se utiliza mais, afinal a empresa se modernizou, adquirindo do jornal Correio do Povo de Porto Alegre, a sua primeira e única rotativa, em 1910… Fabricada na tradicional empresa francesa de Paris, chamada Marinoni, ela segue imprimindo um jornal de poucas páginas, ainda dobrado como em outros tempos…

Passado de geração em geração, até o trineto do fundador, Pedro Harry com quem conversamos, o jornal precisou adquirir em 2021, um novo equipamento. Com os tipos móveis, que eram montados manualmente, sendo gastos com décadas de uso, e com a dificuldade de substituí-los, foi realizada uma atualização, com a aquisição da linotipo. A máquina fabricada pela empresa americana Linotype permite teclar um texto, como em máquinas de escrever, para que se montem as palavras com a fundição de letras metálicas… O detalhe é que para se manter antigo nestes novos tempos digitais foi adquirido um equipamento com décadas de uso, que também não é mais fabricado…

Este espaço fantástico ainda conta com a coleção de todos os números do veículo, mostrados em seus curiosos detalhes, pelo funcionário João Rodrigues, que opera os equipamentos há três décadas… Lá estão notícias e folhetins centenários escritos e publicados ali desde o tempo em que a cidade se chamava Taquary, justificando a utilização do “y”no nome do jornal, até os dias de hoje. Quando João tecla na linotipo o conteúdo a ser impresso, copiando o texto do seu moderno smartfone… Se o fundador soubesse como são publicadas e lidas as informações neste novo século…

Muito mais do que um resgate do passado, a empresa é acima de tudo o próprio passado ainda vivo. Trazendo informação em tempos em que ela é instantânea ao redor do globo, da mesma forma que era produzida (ao menos em parte) há mais de 130 nos atrás…

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